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Cet article propose de revenir sur la précolonisation, une notion fondatrice de la littérature archéologique sur la colonisation grecque. On y aborde son interprétation théorique et les difficultés qui y sont liées. Concept idéologiquement très chargé, en particulier dans le cadre de la tradition d'études postcoloniales, illustrant initialement l'émulation et la rivalité entre les partisans de la thalassocratie phénicienne et les tenants de la primauté des Grecs comme civilisateurs de l'Occident, la notion de précolonisation demeure à notre sens pertinente au même titre que celle de colonisation. Les deux illustrent deux phénomènes historiquement et fonctionnellement différents, malgré l'idée de contigüité implicitement induite par le préfixe « pré- ». Cet article vise à dépasser cette idée en pointant les changements relationnels entre Grecs et autochtones imposés par la fondation des colonies et les potentiels conflits qui en résultent pour le contrôle de la terre.

Este artigo propõe reavaliar a ideia de "pré-colonização", uma noção fundadora da literatura arqueológica sobre a colonização grega. Discutimos aqui a sua interpretação teórica e as dificuldades associadas a ela. Conceito ideologicamente carregado, especialmente na perspectiva dos estudos pós-coloniais, que inicialmente ilustra a emulação e a rivalidade entre os defensores da talassocracia fenícia e os defensores do primado dos gregos como civilizadores do Ocidente, a noção de pré-colonização permanece, em nosso ponto de vista, relevante assim como o da colonização. Ambos ilustram dois fenômenos historicamente e funcionalmente diferentes, apesar da ideia de contiguidade implicitamente induzida pelo prefixo "pré-". Este artigo pretende ir além desta ideia, apontando as mudanças relacionais entre gregos e nativos impostas pela fundação das colônias e pelos potenciais conflitos resultantes para o controle da terra.

La thématique de la colonisation grecque aux époques archaïque et classique relève d'un ensemble de débats historiographiques récents et met en lumière les partis pris anciens et modernes dans l'étude des mobilités individuelles et collectives des anciens Grecs. L'Antiquité se fait ainsi très actuelle. The issue of Greek colonization in Archaic and Classic periods stands from a set of recent historiographical debate and it underlines ancient and modern standpoints in the study of Greek individual and collective mobility. Antiquity becomes thus very present.

A temática da colonização grega nos Períodos Arcaico e Clássico faz parte de um conjunto de debates historiográficos recentes e destaca os vieses antigos e modernos no estudo das mobilidades individuais e coletivas dos antigos gregos. A Antiguidade se faz, assim, muito atual.

O recurso ao termo "diáspora" no contexto de alguns estudos recentemente publicados na França e em outros lugares constitui uma clara tentativa de evitar o termo "colonização". Se a palavra "colonização" não é neutra, em razão de sua historiografia recente, seria o termo "diáspora" pertinente para falar dos antigos assentamentos gregos, especialmente no Período Arcaico? O problema lexical é evidentemente uma das principais áreas da pesquisa contemporânea e ele condiciona em grande medida a apreciação que podemos fazer das diferentes experiências de mobilidade de contingentes de população grega no Mediterrâneo. Eis por que nos parece oportuno começar por essas questões de vocabulário, tanto sobre categorias heurísticas quanto sobre vocabulário grego